Um homem que descobriu seu lugar (o filósofo Aristóteles criou o termo eudaimonia que entre outras coisas significa o lugar em que temos o sentido da vida e a felicidade).
Talvez o que resumiria a vida de meu pai seria o amor a profissão de médico.
Meu pai trabalhou como médico até o ano que completaria 90 anos quando foi surpreendido por uma doença grave que o levou.
Até 15 dias antes estava no consultório, “seu lugar” em plena atividade.
Com seu celular na UTI em que estava internado, pesquisava sobre sua doença e possíveis terapias, discutia e dava sugestões aos médicos plantonistas sobre seu próprio tratamento.
Seu último paciente foi ele mesmo.
Entregue a uma leucemia incurável para a idade dele, manteve a esperança como paciente e também como médico de si mesmo.
Não tenho dúvida que deixou um grande legado para medicina e um exemplo para as novas gerações.
Uma vida dedicada aos pacientes.
Trabalhava muito e ao mesmo tempo sentia-se de férias, pois seu consultório era muito mais que seu lugar de trabalho, era seu paraíso.
Não tenho dúvida que continuaremos juntos.
Porque o amor que faz parte do próprio Deus nunca se acaba e é a nossa ligação infinita uns com os outros.
Gratidão, gratidão - Rubens Siqueira.