30/06/2020 15h39 - Atualizado em 30/06/2020 15h46

Maurício Favaleça - "Precisamos unir forças em toda a região para enfrentarmos o aumento do Covid"

"Não adianta adotar medidas individuais, todos devem compartilhar das mesmas medidas de enfrentamento".

Em reunião que contou com 17 prefeitos e 22 municípios representados, para discutir medidas para coibir o avanço do novo coronavírus nas regiões de Fernandópolis, Santa Fé do Sul e Jales, realizada nesta segunda-feira (29), no Plenário “Tancredo Neves” da Câmara Municipal de Jales, o Médico Infectologista Maurício Favaleça fez um apelo as autoridades presentes, para adotem ações em conjunto para que nos próximos 20 dias a região toda tenha momentos melhores em relação aos últimos dias, que apresentou uma alta excessiva nos casos positivos e óbitos pelo Covid 19.

“Não adianta adotar medidas individuais, porque nossos hospitais; Jales, Santa Fé do Sul e Fernandópolis atendem a região e portanto todos tem que compartilhar das mesmas medidas de enfrentamento”, disse o médico.

“Cada pessoa fazendo o seu papel, nós iremos passar por isso, não adiante achar que o papel é só do outro, é de cada indivíduo. Se tivermos um número menor de infectados na população geral, teremos um número menor de pessoas hospitalizadas”, cobrou dr. Maurício.

Ao avaliar a situação hospitalar da região, até a tarde de segunda feira (29), o infectologista que monitora os hospitais da três maiores cidades, informara que Santa Fé do Sul já enfrentou a necessidade de transferir pacientes para São José do Rio Preto por falta de leitos na UTI, portanto não havia leitos de UTI disponíveis na Santa Casa da Cidade e a enfermaria já apresentação ocupação extrapolada com pacientes de Covid. Em Jales havia 04 pacientes internados na UTI que têm suporte para 06 vagas a enfermaria não apresentava ocupação máxima e poderia internar novos pacientes e em Fernandópolis a UTI também estava com 100% de sua capacidade. Nos locais onde as UTIs estão lotadas, os pacientes que necessitam deste atendimento estão sendo transferidos para São José do Rio Preto. “Isso que nos preocupa esta baixa capacidade para pacientes graves que precisam de internação em UTI”, relatou o Dr. Maurício.

Quanto ao funcionamento do comércio o médico não quis emitir nenhuma opinião a respeito, porque envolve muita coisa e deve ser discutida com toda a sociedade. “Claro que nós médicos pedimos que as pessoas não saiam de casa, evite aglomerações, mas quando sair para trabalhar utilize corretamente a máscara, fazer o distanciamento, higienizar as mãos, cada um deve fazer o seu papel no dia-a-dia. As pessoas precisam sair para trabalhar, mas as pessoas que puderem têm que permanecer em isolamento principalmente os grupos de riscos.

O Médico cobrou mais responsabilidade da população em relação a realização de festas e confraternizações que promovem aglomerações, e consequentemente potencializa a transmissão do vírus. “Nesses momentos de confraternizações você envolve um número maior de pessoas que deixam de utilizar as máscaras, conversam em ambiente fechado, próximas e isso torna-se fácil a transmissão do vírus muito fácil. A partir da contaminação para, uma, duas, três pessoas elas retornarão para suas casas e vão infectar aqueles que moram na mesma residência e assim segue o ciclo da infecção do vírus. Não participar deste tipo de confraternização, de festinhas, não fazer aglomeração, permanecendo em isolamento, diminui o número de infectados e assim conseguimos melhorar as condições dos nossos hospitais.

Ao finalizar a entrevista o médico Maurício Favaleça lamentou as mortes na região que aumentaram nos últimos dias. “É muito triste para nós profissionais perder um paciente, imaginem as famílias que estão perdendo seus entes queridos. Por isso eu apelo, precisamos unir forças em toda a região para melhorar as condições hospitalares que estão disponíveis, porque se continuar aumentando o número de pacientes no hospital, que já estão apresentando suas fragilidades estruturais, isso vai ser triste para toda a população”.